domingo, 31 de agosto de 2008

Escolas usam games e blogs para ensinar


O método de ensino tradicional, em que o professor explica e o aluno anota, perde espaço diante dos recursos da comunicação digital.

Para conseguirem a atenção das crianças, instituições de ensino se adaptam à realidade do seu público-alvo, acostumado, desde cedo, a ter acesso a ferramentas tecnológicas.

Desde o ano passado, alunos do sexto ao nono ano do Colégio Santa Maria, em SP, têm a opção de participar da oficina de criação de games, que é oferecida como atividade extra.

"A gente desenvolve pequenos jogos para computador. A idéia é usar o interesse que o aluno já tem nesse tipo de atividade para desenvolver alguns conceitos importantes no sentido pedagógico", afirma o professor de informática Muriel Vieira Rubens, 27.

"Os alunos estudam conceitos de física, como velocidade e gravidade, para construir personagens. E, também, têm noções de arte, como sombra e luz, para construir cenários."

Criador

"Totalmente viciado em games", como diz, Felipe Coutinho, 12, aluno do sétimo ano do Santa Maria, aproveitou a oficina para aprender a fazer jogos, e não apenas brincar com eles. "Criei um game de hóquei para a Olimpíada. Tive que fazer programações e aprender muito inglês, porque o programa estava nessa língua."

O garoto tomou gosto pela atividade e já criou vários games de ação e corrida. "Dá para aprender muito, mais do que na sala de aula", diz.

Estimulada pela professora Veronice Leal, 43, do quinto ano do Colégio Santa Maria, Isabella Perez, 10, resolveu criar um blog (www.isabellaperez.blogspot.com).

"Coloco dicas de passeio, jogos, notícias, coisas que aprendo na escola. Acho legal ter blog porque você posta o que gosta, para todo mundo saber", diz.

A professora Veronice usa a ferramenta (www.quintoanotarde.blogspot.com) para estimular o debate sobre assuntos tratados em sala de aula. "Os alunos acompanham melhor o que acontece, enviam dicas, exercitam a escrita. E os pais também sabem mais sobre o que os filhos estão aprendendo", afirma.

Ao vivo

Para atender aos pais que nem sempre podem acompanhar os eventos de que os filhos participam, o Colégio Santo Américo, em SP, faz transmissões pela rede (www.colegiosantoamerico.com.br).

"Com a TV on-line, pais que moram longe ou viajam muito podem acompanhar seus filhos. Na transmissão mais recente, tivemos pais que viram os filhos do México, da Guatemala, do Chile", diz Rudolf Riederer, 61, gerente de tecnologia da informação do colégio.

Para Lucas Rojo Rodrigues, 15, aluno do Santo Américo, a transmissão é positiva porque divulga um trabalho, antes restrito à sala de aula, para todo o mundo. "Quando você debate e sabe que aquilo está na internet, presta mais atenção", diz o estudante.

Nenhum comentário: