sábado, 19 de julho de 2008

Mouse é coisa do passado


Segundo a Gartner, uma das consultorias em tecnologias mais importantes do mundo, o mouse, que já tem quase 40 anos de idade, poderá ser aposentado nas casas nos próximos três ou cinco anos. Para substituir o dispositivo, a tendência é que sejam implantados computadores com os chamados mecanismos gestuais, como os operados por toques de tela e dispositivos de reconhecimento facial.

Reconhecimento da face
Steve Prentice, um dos consultores da Gartner, afirmou à BBC que a previsão foi gerada pelo surgimento de novos produtos com novas interfaces mais interativas, inspiradas pelo mundo dos games.
"Temos a Panasonic mostrando um novo dispositivo para o ambiente de entretenimento doméstico", diz o consultor. "Ao invés de usar o controle remoto convencional, você levanta sua mão e o aparelho reconhece que você fez isso."
"O aparelho também reconhece seu rosto e mostra isso na sua tela de televisão", acrescenta. "Você pode mover sua mão para se mover pelo menu e escolher o que quiser."
"Sony, Canon e outros fabricantes de equipamentos fotográficos e de vídeo estão usando reconhecimento de voz em tempo real", afirma Prentice. "E reconhecem até quando você sorri."
Ele ainda afirma que “você tem até sistemas emotivos pelos quais você pode usar fones e controlar um computador simplesmente pelo pensamento, e isso deve chegar ao mercado em setembro”.

Exagero
Apesar das previsões de Prentice, nem todos concordam com o fim do mouse em ambiente doméstico.
"A morte do mouse é muito exagerada", afirma Rory Dooley, vice-presidente e gerente-geral da unidade de dispositivos de controle da Logitech.
A empresa é a maior fabricante de mouses e teclados e já vendeu mais de 500 milhões de mouses nos últimos 20 anos. "Isso apenas prova como o mouse é importante", afirmou Dooley. O vice-presidente da Logitech reconhece, no entanto, que o número de formas para as pessoas interagirem com um computador está aumentando.
"Há anos, as pessoas estão falando da convergência", diz Dooley. "Hoje, a TV funciona como um computador, e os computadores de hoje funcionam como uma TV."
"Os dispositivos que usamos foram modificados para atender à mudança em nosso estilo de vida, mas isso não nega o valor do mouse", acrescenta.

Mundo em desenvolvimento
De acordo com Prentice, da consultoria Gartner, milhões de pessoas já estão usando os substitutos do mouse graças a dispositivos como o iPhone e o videogame Wii, da Nintendo.
"Com o Wii, você aponta e se movimenta e o controle vibra em resposta", afirma o consultor. "Até a interface de múltiplos toques é muito mais flexível e poderosa do que no passado, permitindo aproximação, movimentação rápida."
Mas, com as comemorações dos 40 anos do mouse planejadas para 2008, Dooley diz que as previsões da consultoria são pessimistas demais, principalmente se levarmos em conta que muitos países em desenvolvimento ainda precisam entrar no mundo online.
"Levar tecnologia, educação e informações para estas partes do mundo será possível por meio de acesso a navegadores de internet e isso será feito da forma como conhecemos hoje, que é o mouse", diz o executivo da Logitech.
"Existem cerca de um bilhão de pessoas online, mas a população do mundo ultrapassa os cinco bilhões", completa Dooley.

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