quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O tira-teima dos smartphones

Saiba quem é o melhor smartphone

3G do mercado brasileiro

Dispositivos de convergência digital por excelência, os chamados smartphones evoluíram, se tornaram mais amigáveis e até mesmo mais velozes com a maior disponibilidade das redes 3G em algumas regiões do país. Passado mais de um ano, o Laboratório Digital revisita o tema e analisa alguns modelos que já estão disponíveis do mercado.

Tecnologia 3G

Antes de apresentarmos nossos convidados para os testes deste mês, perguntamos: você sabe o que significa 3G?

Trata-se de um conjunto de tecnologias usadas nos chamados telefones de “3ª geração” que tiram melhor proveito do espectro das ondas de rádio, pe

rmitindo assim aplicações bem mais sofisticadas como Internet de alta velocidade e até vídeo chamadas. Some-se a isso um significativo avanço nas capacidades de processamento gráfico, armazenamento de dados e, até mesmo, novas engenhocas como interfaces Wi-Fi e sensores GPS e o resultado final são produtos e serviços que beiram à ficção-científica.

Talvez o melhor exemplo desta nova onda seja o iPhone 3G da Apple, que chegou oficialmente ao país no final do mês passado, pelas mãos das operadoras Claro e Vivo. Se comparado ao modelo anterior, além do 3G, ele ganhou um sensor GPS e uma bateria melhor e, pelo menos nos EUA, um preço bem mais atraente (US$ 199 contra US$ 599 cobrado pelo primeiro modelo na época do seu lançamento).

Os convidados

Para ver como anda esse segmento de mercado em ascensão no Brasil, o Laboratório Digital desse mês analisou cinco modelos de smartphones 3G. São eles:

- Sony Ericsson, com o seu C902

- Apple, com o iPhone 3G

- Nokia, com o N95 8G

- Samsung e o SHG-i617

- TyTN, fabricado pela HTC

Infelizmente não puderam participar de nosso comparativo a RIM (Blackberry), a LG e a Motorola, por não disporem equipamentos com tecnologia 3G.


Perfil dos concorrentes

- iPhone 3G

Como outros produtos da Apple, mesmo desligado o iPhone já chama a atenção com suas linhas limpas e elegantes. Contudo, é nas mãos do usuário que ele se revela, com sua interface baseada em toque, convidativa à exploração cada vez maior dos seus recursos, através de comandos simples e intuitivos que respondem com intrigantes efeitos visuais.

A primeira impressão é que o iPhone convida o usuário para uma relação feliz e intensa, porém com seus dias contados, já que algumas características técnicas su

gerem que você não irá passar o resto da vida com o mesmo equipamento. Por exemplo: a bateria do iPhone 3G não pode ser trocada e a inexistência de um slot para cartão de memória impede que o usuário pense em um upgrade.


- N95 8GB, da Nokia

Outro smartphone bastante elogiado pela crítica é o N95 8GB, da Nokia, que como o próprio nome sugere, é essencialmente uma versão melhorada do N95.

Além dos 128 MB de memória interna, o aparelho vem com

mais 8 GB, por meio de um cartão de memória flash não removível.

Entre outras melhorias, o novo N95 ganhou uma tela maior (2,8” contra 2,6” do original), bateria de maior capacidade e uma nova apresentação para o menu multimídia. Fora isso, o sensor de movimento também funciona com o slider fechado que, normalmente “trava” as teclas do telefone.

O N95 conta com um desenho fortemente focado na inovação, mas sem perder seu compromisso com o passado. É compatível com os carregadores de outros modelos da marca, incluindo uns bem velhinhos que podem ser reaproveitados com o uso de adaptadores.

Outro ponto positivo desse smartphone é que – na medida, do possível – todos os telefones da marca funcionam mais ou menos do mesmo jeito, de modo que um usuário de um Nokia antigo, não precisa aprender toda a linguagem do novo aparelho: no máximo o significado de algumas palavras ou ícones novos.

Pontos fracos do N95

Nem tudo são flores no N95. Nossa principal reserva fica por

conta de seu sistema “dual slide”, cuja tela se movimenta para cima e para baixo, revelando um teclado numérico para entrada de dados e outro para controle de mídia. E como esse sistema não possui trava, existe uma tendência da tela escorregar quando guardada no bolso, o que passa a sensação de fragilidade para o conjunto.

Para quem aprecia um equipamento mais sólido, o ideal são os modelos na forma de barras (sem partes móveis), também chamados de “candy bar”. Exemplo desse grupo, além do iPhone 3G, é o C902 da Sony Ericsson, uma elegante barrinha de metal com apenas 10,8 x 4,9 x 1,0 cm (LxAxP) e 107 gramas de peso.


- C902 da Sony Ericsson

Parte da nova família de produtos da série C da Sony Ericsson, além do 3G, um dos grandes atrativos do C902 está no seu departamento de foto e imagem.

Na parte de cima do aparelho encontra-se uma respeitável c

âmera de 5 megapixels e um conjunto de teclas sensíveis ao toque que emulam vários recursos presentes nas câmeras Cybershot, como sistema de foco com reconhecimento de face, foto panorâmica, e até a possibilidade de tratar imagens no próprio celular por meio do aplicativo PhotoDJ.

O C902 possui um sistema de localização que, no lugar da rede de satélites GPS, utiliza a posição relativa das torres de celulares presentes nas redondezas para estimar a posição do usuário por meio de triangulação. Essa solução funciona, mas sem a mesma precisão do sistema de satélite.

Como era de se esperar de um aparelho tão compacto, para não perder muito com a facilidade de uso do teclado, o sacrifício foi feito em sua tela LCD que, apesar de ter a mesma resolução média das suas concorrentes (320x240), tem apenas 2 polegadas, sendo a menor deste comparativo.


- SHG-i617 da Samsung

Para quem procura um celular do tipo barra, a pedida pode ser o SHG-i617 da Samsung, cujo principal atrativo é seu teclado alfanumérico do tipo QWE

RTY, popularizado pelos comunicadores Blackberry.

O SHG-i617 conta com o Windows Mobile e com o suporte nativo para vários aplicativos como o Outlook e o Messenger. Por compartilhar o mesmo DNA da versão para desktops, o Windows CE é particularmente apreciado pelos desenvolvedores de aplicações, devido às similaridades da ferramenta de desenvolvimento. Tudo isso pode até sugerir que a solução da Samsung é uma boa opção para o usuário final, mas isso não pode ser considerado um consenso, já que achamos o SHG-i617 o aparelho menos amigável e o mais complicado de navegar.

Essa dificuldade pode ser resultado da iniciativa da Microsoft de simplificar o uso do Windows CE por meio de uma interface bastante enxuta, mas que deixa algu

mas dúvidas no ar: não é difícil se perder nos comandos ou mesmo nas aplicações do sistema.


- TyTN II da HTC

Uma aposta mais segura – ou pelo menos mais conhecida – no Windows Mobile pode ser o smartphone TyTN II, da HTC. Uma impressionante peça de hardware com um amplo teclado QWERTY oculto na parte de baixo da tela, com outros três modos de entrada de dados: botão direcional, dial de jog e o bom e velho sistema de stylus (pena), com tela sensível ao toque de 3 polegadas.

Com todos esses recursos, é bem mais fácil trabalhar com o Windows Mobile 6.0, cuja interface é um pouco mais parecida com sua versão para desktops.

Ponto fraco? O preço a ser pago por todas essas facilidades. O TyTN II, da HTC, é um dos aparelhos mais caros desse comparativo.


Nossas conclusões

Com exceção do iPhone 3G, conseguimos levantar o preço médio de todos os aparelhos desbloqueados – ou seja livre dos descontos das operadoras que são trocados por alguma garantia de fidelidade – assim, no caso do telefone da Apple, levamos em consideração o plano pós-pago mais caro que encontramos.

No geral, nossa conclusão é que, apesar do preço relativamente elevado, o iPhone 3G (R$ 1.879 no plano pós-pago da Vivo) é uma opção atraente para aqueles que desejam um equipamento de uso simples, prático e, principalmente, agradável.

O N95 8GB da Nokia também é uma boa opção para aqueles

que procuram um equipamento recheado de recursos.

Os demais modelos analisados têm suas vantagens e desvantagens. O TyTN II, da HTC, por exemplo, é uma boa solução para quem está interessado num smartphone mais voltado para o trabalho. O principal problema dele é o preço extremamente elevado: R$ 2.999,00. Já o aparelho da Samsung peca pela interface pouco amigável. E o da Sony Ericsson tem como ponto forte a seção de fotografia, mas é fraco no tamanho da tela e também

na interação.

Assim, a escolha do Olhar Digital deste mês vai mesmo para o iPhone da Apple. Depois de compará-lo com seus concorrentes, concordamos com o que boa parte do mundo afirma: o aparelho criado por Steve Jobs é mesmo, atualmente, a melhor solução de smartphone 3G.

Na tabela em anexo, você confere os detalhes técnicos dos aparelhos, como dimensões, conexões e preços.

Material complementar: TC_smartphones_3G_2008.pdf (44 KB)


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